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CRISE NA SAÚDE: SERVIDORES DE SÃO JOSÉ DO NORTE PARALISAM TERCEIRO TURNO NO POSTO CENTRAL

saúde pública do município enfrenta um momento críticos após anúncio de cortes no próximo mês

CRISE NA SAÚDE: SERVIDORES DE SÃO JOSÉ DO NORTE PARALISAM TERCEIRO TURNO NO POSTO CENTRAL
Rádio Pinél

    Servidores da área da saúde procuraram a nossa equipe para relatar o que está acontecendo, segundo eles a saúde pública do município enfrenta um momento críticos após anúncio de cortes no próximo mês, nos adicionais de insalubridade, medida que afeta diretamente não apenas as finanças pessoais da categoria, mas também a continuidade dos atendimentos à população. Em protesto, o atendimento do terceiro turno do Posto Central foi suspenso a partir desta quinta-feira, com continuidade prevista para sexta, e possibilidade de extensão nos próximos dias. A paralisação ocorre como forma de alerta e pedido de ajuda ao governo municipal e estadual para resolver a situação. Os servidores afirmam estar preocupados com os impactos à população, especialmente em um momento em que a área da saúde já enfrenta dificuldades estruturais. “Nosso objetivo não é prejudicar ninguém. Estamos lutando por condições justas de trabalho e por um serviço público de qualidade. Queremos que a comunidade entenda o que está acontecendo e nos apoie nessa luta”, relatam os profissionais.

             Os cortes atingiram entre 20% e 40% do adicional de insalubridade, o que representa uma perda de ate R$ 1.300 mensais. Para muitos, esse valor corresponde a parcelas de empréstimos, financiamento de moradia e despesas básicas.

       “É o valor do meu empréstimo, da minha casa. Isso foi de um dia para o outro, sem tempo para se preparar”, desabafou uma servidora. A medida, segundo os profissionais, tem gerado desespero financeiro e emocional, com risco de inadimplência generalizada na categoria. Grande parte dos servidores possui empréstimos consignados com o Banrisul, firmados com base em uma margem salarial que incluía a insalubridade. Com o corte, o valor líquido do salário diminuiu, mas as parcelas continuam as mesmas. “Você continua pagando o empréstimo. Mas com que dinheiro? O valor não abaixa”, questiona uma profissional da saúde. Além da preocupação financeira, o grupo denuncia falta de transparência na perícia que fundamentou os cortes. Eles alegam que o processo foi conduzido sem diálogo desde março de 2024, não contou com participação efetiva da categoria. “Há um questionamento sobre a perícia. Como essa perícia foi feita? Ninguém nos chamou para discutir ou entender o impacto disso”, afirmam.

Os servidores comunicaram à Secretaria de Saúde e à Coordenadoria de Atenção Primária sobre a paralisação, mas afirmam não terem recebido retorno satisfatório. “O secretário não demonstrou nenhuma atitude de apoio ou tentativa de resolver a situação”, relatam. Uma reunião decisiva está marcada para esta sexta-feira, às 19h, no salão paroquial, com a presença do prefeito e de um perito técnico. O encontro deve servir para esclarecer o laudo da perícia e buscar alternativas para reverter os cortes. Apesar da paralisação, os servidores reforçam que o foco da mobilização é a defesa do serviço público e da saúde da comunidade. Eles alertam que a redução da insalubridade e o consequente desestímulo profissional podem afetar diretamente o atendimento à população.

“Estamos exaustos, emocionalmente abalados e preocupados com quem depende do SUS. A população precisa saber que o fechamento do terceiro turno não é um ato de descaso, mas um pedido de socorro”, afirmam. A categoria pede apoio popular e solidariedade, destacando que a luta é por condições dignas e sustentáveis, tanto para os trabalhadores quanto para os cidadãos que dependem dos serviços de saúde. Sobre a retomada do atendimento continua incerta, prevista para segunda-feira, dependerá do resultado da reunião com a gestão municipal. Até lá, os servidores mantêm o apelo: diálogo, transparência e compromisso com a saúde pública de São José do Norte. Em buscas de respostas com o secretário da saúde Lucas Penteado, nossa equipe entrou em contato com o mesmo:

Rádio Pinél: Em nossa última conversa o senhor disse que os cortes de insalubridade não afetariam a saúde pública. Oque o senhor acha deste fechamento do terceiro turno do posto central?

R: “Os serviços do SUS permanecem funcionando. o terceiro turno do Posto Central é extra, feito por escalas a rede de saúde permanece funcionando…”

Rádio Pinél: Os servidores alegam que o Secretário não demonstrou 'nenhuma atitude de apoio ou tentativa de resolver a situação'. O que a Secretaria está fazendo concretamente para reabrir o diálogo com os servidores e buscar alternativas antes da reunião decisiva de amanhã?"

 R: A Secretaria da Saúde, por mim ou qualquer outro membro da equipe de gestão, não teve nenhum envolvimento nessa situação, até porque não nos cabe nenhum poder decisório nessa situação estamos a disposição para auxiliar no que nos couber. “ afirmou o secretário de saúde.

Reportagem: Rádio Pinél

Foto: Radio Pinél

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